05/08/2016
No próximo domingo (7) o Rio Grande do Norte completa 515 anos. A data é alusiva ao Marco de Touros, implantado neste dia no ano de 1501 e considerado o mais antigo no País. Para alguns historiadores, é a prova de que juridicamente o País foi descoberto a partir do RN.
Parte dessa história, notadamente a partir do período imperial, está preservada pelo Memorial do Legislativo Potiguar. Seu acervo documental remonta ao ano de 1835, no período imperial, quando o Parlamento foi instalado. A data será marcada na Assembleia por uma sessão solene na próxima terça-feira (9), às 9h, propositura do deputado Gustavo Carvalho (PSDB).
Foi há 16 anos, no dia 30 de maio do ano 2000 que o Dia do Rio Grande do Norte foi oficialmente instituído, durante o governo Garibaldi Alves Filho. A data foi criada com a Lei nº 7.831, de autoria do então deputado estadual Valério Mesquita. A pedra que demarca o início da história em solo potiguar foi colocada durante a expedição comandada por Gaspar de Lemos e André Gonçalves, a mando do rei português D. Manoel I.
“A apresentação da Lei nº 7.831, pelo ex-deputado estadual Valério Mesquita, é mais uma prova da contribuição permanente da Casa Legislativa para a preservação da história do nosso povo. Como dizia Câmara Cascudo: a Memória é a imaginação do povo, mantida comunicável pela tradição, movimentando as culturas, convergidas para o uso, através do tempo", destaca o deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa.
O Marco de Touros, feito em pedra mármore com o desenho da Cruz da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, famosa Cruz de Malta, registrando a presença portuguesa na área, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan) e está atualmente preservado na Fortaleza dos Reis Magos. Na praia do Marco, em Touros, uma réplica do monumento lembra aos potiguares e visitantes aonde tudo começou.
A história do período colonial reporta que nas faixas de terras em que o território brasileiro foi dividido por D. João III e entregue a particulares ligados à Coroa, a capitania Rio Grande ficou sob a administração de João de Barros e Aires Cunha, tendo sido posteriormente abandonada devido às dificuldades e passando assim para a administração da capitania de Pernambuco.
No campo político e social, uma significativa parte desses 515 anos de história do RN, a partir do período imperial, pode ser conferida no Memorial do Legislativo Potiguar. O espaço de preservação e resgate está localizado na sede da Assembleia Legislativa, na Praça 7 de Setembro, Cidade Alta, com horário aberto para visitação de 8h às 15h.
Sua linha de pesquisa vai desde a instalação do parlamento norte-rio-grandense, em 1835, sob a presidência do Padre Francisco Brito Guerra, até o período atual. No momento, está em curso no Memorial o levantamento histórico da criação de todos os municípios do RN, para a edição de um livro. Este levantamento, aliás, foi a primeira atividade do Memorial, uma das responsáveis por sua origem.
Sua equipe, coordenada pela jornalista Bernadete Oliveira, já fez a catalogação de mais de três mil imagens fotográficas, disponibilizadas em álbuns para acervo e pesquisa a partir do período imperial, passando pelos diversos momentos históricos do País.