13/11/2018
A disponibilização de locais públicos em Natal para a prática de Triathlon foi tema de audiência pública na tarde desta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa. Proposto pelo deputado Nelter Queiroz (MDB), o debate se deu principalmente em torno da importância de uma legislação mais clara e protetiva aos atletas, bem como sobre a criação de áreas de proteção ao ciclista de competição.
Comprometendo-se a lutar, juntamente com a bancada federal, pela causa dos praticantes da modalidade, Nelter Queiroz afirmou que esse tipo de discussão é de grande relevância social. “Atualmente, nossa capital carece de espaços públicos que propiciem segurança e infraestrutura adequada para a prática esportiva do Triathlon. É importante que os poderes municipal e estadual viabilizem espaços adequados para esses atletas”, destacou.
O presidente da Federação de Triathlon do RN, Stênio Bezerra, falou sobre o crescimento da prática e a valorização do esporte no Estado. “Em 2013 nós tínhamos 15 atletas federados; hoje temos mais de 350. Além disso, desde 2009 vem aumentando vertiginosamente a quantidade de eventos esportivos outdoor, que acontecem ao ar livre”, detalhou.
Stênio Bezerra também externou a necessidade de haver, nas cidades, áreas de proteção às pessoas que usam espaços públicos para treinamento. “Nós viemos propor aqui a criação das áreas de proteção ao ciclista de competição em Natal. A ideia já foi implantada em Palmas, no Rio de Janeiro - onde existem sete áreas-, Recife, Aracaju, Porto alegre e outras capitais”, explicou o presidente.
Demonstrando preocupação com a segurança dos atletas, a presidente da Federação de Atletismo do RN, Magnólia Figueiredo, frisou que a integridade física dos competidores muitas vezes fica comprometida. “Os participantes precisam estar protegidos, e hoje a segurança deles fica ameaçada quando o promotor do evento não consegue os materiais ou quando faltam equipamentos aos policiais”, disse.
Como solução para o problema, Magnólia Figueiredo sugeriu que houvesse maior integração entre os órgãos responsáveis pela legislação, fiscalização e segurança desses eventos. A presidente ainda destacou a importância das competições para a economia do Estado e, principalmente, para a saúde da população.
Presidente da Associação dos Ciclistas de Natal, José Cândido Filho revelou sua expectativa de que a audiência se torne um marco a partir do qual os ciclistas sejam ouvidos pelos órgãos que administram e fiscalizam a cidade.
Já o chefe da Intervenção Viária da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), Carlos Eugênio, explicou o papel da STTU durante as competições. “Só esse mês teremos mais três corridas em Natal, e nós organizaremos a parte do trânsito, com fechamentos de vias e a questão do transporte público. O objetivo é prejudicar o mínimo possível a mobilidade das pessoas”, disse o servidor.
Para o vereador de Natal, Preto Aquino (PEN), os organizadores dos eventos precisam respeitar a legislação. Segundo o vereador, “muitos problemas poderiam ser evitados se eles procurassem os órgãos públicos antes das competições”. Ele sugeriu também que as secretarias municipais e estaduais adquirissem e estocassem os equipamentos necessários para apoiar os eventos dessa natureza, já que muitas vezes os organizadores não possuem meios para isso.
Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no RN, Marcelo Henrique de Sá falou da necessidade de se formular projetos, a médio e longo prazo, de estruturação das vias, aquisição de materiais e equipamentos, além de veículos específicos destinados às áreas de proteção dos atletas.
O Major Josemário de Paiva, comandante do 1º Distrito da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), chamou a atenção para a iluminação e sinalização das vias. “Nós temos efetivo à disposição e sempre emprestamos cones, cavaletes e grades, mas tem que ser melhorada urgentemente a questão da iluminação e sinalização das vias, para que os atletas tenham sua segurança garantida”, destacou.
Por fim, o ciclista Emerson Medeiros cobrou mais atenção do Poder Público ao deslocamento dos usuários até as áreas de segurança. “Como iremos chegar até as áreas demarcadas? Vai haver segurança nesse deslocamento? Todos os dias vemos ciclistas sofrendo acidentes, inclusive em ciclo-faixas, que não são respeitadas pelos veículos automotores”, desabafou, pedindo ajuda aos agentes de trânsito quanto à eficiência na fiscalização do uso das vias exclusivas.
A respeito da legislação e do deslocamento urbano, Emerson disse que Natal está muito aquém na questão da ciclo-mobilidade e que a legislação brasileira de trânsito pensa muito nos motoristas, esquecendo-se dos ciclistas. “Pensar nos ciclistas como agente participativo na mobilidade urbana, que é um problema mundial, é pensar num trânsito mais tranquilo e seguro para todos”, concluiu.
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