O deputado Kelps Lima (SDD) levantou um debate, na sessão desta quinta-feira (09), sobre a Previdência do Estado do Rio Grande do Norte. O parlamentar criticou o atual governo por não tratar de reduzir o déficit previdenciário que hoje ultrapassa os R$ 100 milhões mensais.

“Quem de fato se preocupa em alterar a vida de quem é mais pobre tem de se preocupar com isso”, alegou Kelps, ressaltando que se o Estado não se preocupar com uma reforma na previdência do Estado, ela poderá vir “de cima pra baixo”, acenou o deputado. “Os trabalhadores poderão sair de um salário atrasado na ativa para uma aposentadoria com atraso”. Para Kelps, é isso o que poderá acontecer se o governo ‘não atacar o déficit previdenciário’.

Para Kelps Lima, a ‘omissão’ da governadora Fátima Bezerra (PT) poderá fazer com que a população mais pobre pague a conta pelo Estado não discutir o equilíbrio fiscal. Em aparte, o deputado Francisco do PT disse que o debate era importante, mas discordou do termo “omissão”, atribuído por Kelps à governadora. “A governadora tem procurado alternativas”, garantiu Francisco do PT, afirmando que o IPERN está fazendo um diagnóstico.

Francisco do PT afirmou que o tema deve ser aprofundado, integrando ainda a questão dos terceirizados. “São mais de 10 mil que contribuem para o regime geral da Previdência e o que o Governo não quer e nem vai fazer, é empurrar uma reforma como o governo federal quer implementar à força”, concluiu o parlamentar governista.

O deputado Tomba Farias (PSDB) também aparteou o discurso de Kelps Lima e questionou o governo do ex-presidente Lula (PT) por não ter se preocupado com reformas tributária e da Previdência. Tomba criticou a ausência de medidas austeras por parte do Governo do Estado, e lembrou que quando foi prefeito de Santa Cruz, demitiu servidores e nunca perdeu uma eleição.

Para o deputado Kelps Lima, o sistema previdenciário no Rio Grande do Norte está falido desde os governos mais antigos. E citou ex-governadores como Aluízio Alves, Geraldo Melo, Garibaldi Filho e Wilma de Faria, que contavam com saldo

, mas nunca capitalizaram a Previdência. Kelps ressaltou que foi a partir da ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) que os governos passaram a conviver com a previdência deficitária. “Isso vai levar uns 20 ou 30 anos para ajeitar”, disse Kelps, criticando o fato da governadora Fátima Bezerra não ter proposto um teto para as aposentadorias estaduais.

A deputada Isolda Dantas (PT) também aparteou o parlamentar de oposição, afirmando que o debate sobre a Previdência local não pode estar dissociado do debate nacional. Ela afirmou que o debate da Previdência é sobre para onde vai o orçamento do Estado. “E o dinheiro vai para quem mais precisa”, disse a parlamentar. Isolda criticou o modelo de reforma defendido no momento pelo governo federal, afirmando que uma mulher para se aposentar terá que contribuir 40 anos ininterruptamente. “Não dá para fazer só uma conta financeira, mas uma conta de vida das pessoas”, encerrou Isolda. O deputado Kelps Lima encerrou seu pronunciamento acenando com mais discussões em torno da Previdência estadual.