A cada quatro dias uma mulher é assassinada no Rio Grande do Norte. Esse dado foi destacado pela deputada estadual Isolda Dantas (PT) em pronunciamento na manhã desta terça-feira (26), na Assembleia Legislativa. A abordagem em torno do aumento da violência contra a mulher e a necessidade de uma mudança de funcionamento da sociedade foram apontadas junto ao resgate do debate promovido na Casa na tarde da segunda-feira passada. Na ocasião foi realizada audiência pública em alusão ao Dia latino-americano e caribenho de combate à violência contra a mulher, celebrado no dia 25 de novembro.

“É inadmissível conviver com esse tipo de situação [disse em relação ao número de assassinatos de mulheres]. O RN desponta no mapa do Brasil como um dos estados mais violentos em relação às mulheres. Os homicídios diminuíram 50% em média, mas o número de feminicídio continua crescendo. Por isso é fundamental que a gente possa dialogar sobre isso. É preciso uma mudança. Vivemos em uma sociedade extremamente desigual”, chamou atenção.

A audiência foi promovida por iniciativa da Frente Parlamentar da Mulher, composta pelas deputadas Isolda Dantas (PT), Eudiane Macedo e Cristiane Dantas (SDD), com a finalidade de debater a construção de políticas públicas de enfrentamento aos crimes contra a mulher.

Em aparte, o deputado Hermano Morais reforçou a preocupação com essa violência que se agrava contra as mulheres. “É preciso trabalhar essa questão para que a sociedade tenha mais respeito pela mulher”, acrescentou.

O dia latino-americano e caribenho de combate a violência contra a mulher, comemorado em 25 de novembro, foi instituído em memória às irmãs Mirabal, três militantes encarceradas, estupradas e assassinadas em 1960 pela Ditadura de Trujillo, na República Dominicana. É um dia que marca a luta pela não violência contra a mulher, assim definido no Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e Caribenho, realizado em Bogotá, em 1981.