Selo Unale
Prefeitos do Agreste relatam dificuldades e cobram ações concretas para a região

29/08/2013

 Todos os prefeitos presentes à audiência pública esta tarde (29) na Assembleia Legislativa relataram dificuldades em várias áreas dos seus municípios e também foram unânimes em cobrar apoio político e união das bancadas estadual e federal para as causas da região, mencionando o abastecimento de água, problemas na atenção básica à saúde, falta de segurança e destinação dos resíduos sólidos como questões cruciais a serem resolvidas com urgência.

            Com o tema “Agreste Potiguar: dificuldades comuns, soluções integradas”, o debate foi uma proposição da deputada Gesane Marinho (PSD). A mesa de autoridades foi composta pelo vice-governador Robinson Faria; presidente da FEMURN, Benes Leocádio; presidente da AMLAP e prefeito de Serrinha, Fabiano de Souza; secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Leonardo Rego; vereadores Rafael Motta e Rudson Honório Raimundo Lisboa (Dison); além de representantes da Sesap, Juliana Araújo; da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Otomar Lopes e do Sub-comandante da PM, Coronel Belarmino.
            Deputados, prefeitos, vereadores e lideranças da região compareceram ao plenarinho da Casa. Antes de abrir para os debates, Gesane Marinho elencou vários problemas que motivaram a audiência. Citou os índices crescentes de violência; a falta de divulgação dos destinos turísticos, provocando uma perda de receita no setor hoteleiro e de lazer; entre outros problemas. “O turismo religioso é um dos que mais cresce no mundo, mas não temos a divulgação dos destinos, a qualificação dos profissionais e assim não se recebe o turista com qualidade”, afirmou.
            Gesane Marinho disse que o Agreste é preterido pelo governo e precisa ser tratado de forma igualitária: “Nenhuma cidade atingiu a média de desenvolvimento econômico do Estado, ficamos abaixo da média”, criticou.
            Os deputados Márcia Maia e Tomba Farias (PSB) também endossaram as críticas. Tomba, como ex-prefeito, relatou dificuldades financeiras pelas quais os municípios passam e reforçou a ideia do pacto federativo: “Acho que temos que nos mobilizar, fazer o pacto federativo para que os municípios não precisem pedir esmolas ao governo federal, só assim a população pode ter melhoria de vida".
Tributação
            O vice-governador Robinson Faria criticou a política tributária adotada pelo governo, que na sua avaliação está atrasada e desestimula os empresários que passam a procurar outros estados para exportar suas mercadoras. Afirmou que em três anos de gestão, a equipe do Proadi se reuniu apenas duas vezes: “Este governo não dialogou com a sociedade, com o setor produtivo, com as universidades”, disse, citando o exemplo dos vizinhos estados da Paraíba e Pernambuco, que criaram um distrito industrial comum.
AMLAP
            O presidente da Associação dos Municípios do Litoral Agreste Potiguar (AMLAP) e prefeito de Serrinha, Fabiano de Souza, foi quem listou os mais graves problemas da região: a falta do aterro sanitário; falta de equipamento e profissionais nos hospitais regionais, obrigando os prefeitos a adotar a prática da “ambulancioterapia”, enviando pacientes a Natal e superlotando o hospital Walfredo Gurgel e por fim, os problemas no abastecimento de água.
            “O aterro sanitário sabemos que não é uma solução final, porque tem uma validade de 25 a 30 anos, onde depois aquela área fica sem valor comercial. Precisamos também ter respostas quanto à perfuração e instalação de poços. Mas o que acontece é que culturalmente nós não valorizamos como deveríamos valorizar a nossa região”.
Num tom mais político, o prefeito de Serrinha criticou a falta de emendas parlamentares para a região. “O Agreste tem 30 municípios mas ainda não possui emendas de bancada”, disse, referindo-se aos deputados federais.Os prefeitos de Baía Formosa e Canguaretama, Nivaldo Melo e Fátima Marinho, também se pronunciaram acerca das dificuldades para honrar compromissos financeiros.
Em resposta aos os prefeitos acerca das questões de abastecimento, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Leonardo Rêgo, disse que foi firmado um termo de cooperação técnica e cerca de 70 municípios serão beneficiados. A secretaria irá disponibilizar o técnico, maquinário e as prefeituras dão contrapartida com instrumentos.
FEMURN     
            Benes Leocário, representando todos os prefeitos do RN (Femurn), disse que já perdeu as esperanças de resolver com o governo o problema da farmácia básica. “Esgotamos todas as hipóteses de diálogo. Essa conta não vai fechar. O governo não vai pagar em dia e nunca vi um período igual a esse que estamos passando”, afirmou.
Ao final, a propositora da audiência fez um apelo para que os prefeitos trabalhem unidos a fim de se fortalecer: “Esse é o primeiro passo que a gente está dando. Ou a gente pensa de forma coletiva, ou vai ser difícil chegar a algum lugar. Quem é forte é porque está unido e a gente espera que esse seja o pensamento final após essa audiência”, disse. 

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