A deputada estadual Larissa Rosado (PSB) solicitou à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) funcionamento dos 1.565 poços artesianos perfurados e com água, mas não instalados no Rio Grande do Norte. Se estivessem em funcionamento, estima-se que o Estado quase dobraria sua capacidade de vazão de água para abastecimento.

“É inadmissível que um Estado que sofre frequentemente com a seca, e que inclusive está em estado de calamidade pública por causa da estiagem, dê-se ao luxo de ter mais de mil poços artesianos sem funcionar”, critica Larissa Rosado, para quem a falta de instalação dos poços revela falta de vontade política do Governo do Estado no enfrentamento à seca.

A existência de 1.565 poços artesianos perfurados com água, mas não instalados, foi informada pela própria Semarh ao Ministério Público, no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente (Caop do Meio Ambiente), no último dia 5 de maio, a pedido da 1ª Promotoria de Currais Novos, que apura a situação de emergência no RN.

Larissa Rosado lamenta ainda que, nos últimos três anos, 650 poços foram perfurados no Rio Grande do Norte, enquanto apenas 134 foram instalados. Diferentemente de quando foi secretária Estadual de Agricultura, em 2007, quando a perfuração era acompanhada da instalação. “Da forma como está, o trabalho fica incompleto”, observa a deputada.

O Governo do Estado dispõe de máquinas perfuratrizes, que facilitam a perfuração de poços, mas alega não dispor de recursos para equipá-las. Segundo Larissa, o governo precisa encontrar alternativas, através de parcerias com Governo Federal, remanejamento de recursos, mas o que não pode é continuar justificando a omissão à falta de recursos.

“Enquanto justifica que não tem dinheiro, milhares de famílias no Estado sofrem com escassez de água, apesar das chuvas das últimas semanas. O Executivo precisa colocar os poços para funcionar, instalando bomba, caixa d’água, dessalinizador. Isso é fundamental para dar mais segurança hídrica e mitigar os efeitos da seca no Rio Grande do Norte”, afirma Larissa.