Orçado em cerca de R$ 5 milhões, o projeto arquitetônico para construção da sede própria da Sociedade Amigos do Deficiente Físico do Rio Grande do Norte (SadefeRN) é uma necessidade urgente para atender atletas do paradesporto não somente de Natal, mas de todo o Estado.

A defesa do projeto foi endossada por todos os representantes das entidades públicas e privadas presentes à audiência pública realizada esta manhã (24) na Assembleia Legislativa, por iniciativa da deputada Márcia Maia (PSB). Os deputados Hermano Morais (PMDB), Dison Lisboa (PSD) e Cristiane Dantas (PcdoB) também participaram do debate, no qual foi reivindicada, aos parlamentares, a destinação de emendas no orçamento público (OGE2016).

 “Este é um momento de reflexão e nos remete à necessidade de marcar posição numa luta que deveria ocorrer 365 dias por ano. Precisamos dar voz, espaço e cobrar a presença do Estado a fim de se criar oportunidades e garantias para os paratletas, que precisam de incentivo, independência e autonomia. O paradesporto é capaz de estimular as potencialidades individuais e uma vida saudável com realizações”, disse Márcia Maia.

O Rio Grande do Norte é o primeiro no País em número de pessoas com deficiência. No Brasil, são cerca 46 milhões, quase 25% da população. No mundo, 650 milhões de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência. No último Parapan, o Estado teve uma excelente representação, conquistando 22 medalhas, inclusive a primeira do País, por uma atleta da Sadefe que apoia cerca de 100 desportistas.

O projeto da sede da Sadefe, doado pelo arquiteto Marcelo Grevi, considerado arrojado por seus padrões de acessibilidade, está planejado para abrigar outras salas, gerando a renda de alugueis para a instituição. Comporta clínicas, consultórios e tem potencial para receber paratletas de Natal, do RN e de outros Estados. A sede será construída no bairro de Cidade Satélite, em terreno já doado pela Prefeitura de Natal. “Fiquei muito feliz em fazer esse projeto e o doei por acreditar na instituição, esse trabalho a gente não faz por fazer, mas porque gosta e acredita”, afirmou Grevi.

Recursos

Para Tércio Tinoco, um dos diretores da Sadefe, é necessário o investimento do setor público, uma vez que os atletas arcam com despesas de hospedagem e passagem. “Todos os nossos atletas foram reconhecidos pela imprensa e poder público, mas só depois dos títulos conquistados. Esperamos ansiosamente que sejam destinados recursos para que possamos melhorar nossas condições, com a sede própria”, disse.

A deputada Cristiane Dantas, assim como os colegas Hermano Morais e Dison Lisboa, se comprometeu a apoiar a causa e a enviar emenda parlamentar destinando recursos à instituição. “Seremos um eco em favor desse projeto”, afirmou o professor João Pessoa, integrante do Conselho Estadual do Desporto e da Secretaria Municipal de Educação.

Luiz Eduardo Machado, secretário municipal de Esporte e Lazer, afirmou que a cessão do terreno por parte da prefeitura é somente o início desta luta, que na sua avaliação passa pela união das bancadas federal, estadual e municipal. “Nem a prefeitura, nem o Governo certamente não conseguirão fazer esta obra. Precisamos ser práticos e objetivos buscando soluções, que passam pelos recursos de emendas parlamentares”, enfatizou. Sua avaliação é a mesma de Tibério Marimbondo: “Essa estrutura é algo inédito. Quero registrar que além dos atletas, os professores de Educação Física também são merecedores de todas as nossas homenagens”, disse.

A defesa da construção da sede da Sadefe e a destinação de recursos públicos por parte do poder público em todas as instâncias foi a opinião unânime na audiência, reforçada por outros participantes, como Maria José, adjunta da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), Rai Ferreira, vice-presidente da Sadefe e José Odon Abdon, presidente da Adefern (Associação dos Deficientes Físicos do RN).