22/06/2016
O projeto de inclusão profissional de pessoas com síndrome de down nas atividades do plenário e dia a dia da Assembleia Legislativa vai servir de modelo para iniciativa semelhante na Câmara dos Deputados. A informação foi dada pelas representantes da Câmara Federal, Adriana Jannuzi e Virgínia Queiroz, coordenadora do Programa de Acessibilidade e diretora da Secretaria Geral da Mesa Diretora, respectivamente. A comitiva veio ao Estado para conhecer o projeto de perto e foi recebida pelo presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), e pelo deputado Ricardo Motta (PROS), autor do projeto.
“É uma satisfação receber representantes da Câmara Federal que vem conhecer o projeto in loco para que possa ser implantado lá. Mais do que um projeto administrativo, a convivência com Kalina, Manuela e Filipe é uma experiência única. Eles nos ensinam diariamente que não existem limitações entre pessoas. Aqui, na Casa do Povo, cada um pode exercer plenamente a cidadania”, destaca Ezequiel Ferreira.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte é pioneira na inclusão de pessoas com síndrome de down. Implantado em 2011, o projeto contratou Manuela Nely de Lima Araújo, 31, Kalina Santos Falcão, 28 e Filipe Medeiros Ramos, 29, para trabalhar com funções no cerimonial e no plenário.
“Há um ganho em várias áreas como cidadania, economia e elevação da autoestima não só deles que estão aqui dentro da Assembleia, mas de quem estuda com eles na instituição que fazem parte”, destaca a coordenadora do Programa de Acessibilidade, Adriana Jannuzi. A visita das representantes da Câmara Federal foi articulada pelo deputado federal Rafael Motta (PSB), através do presidente da Casa, Ezequiel Ferreira.
A Câmara Federal possui uma série de ações de acessibilidade executadas pelos diversos setores, mas nenhuma que envolva o dia a dia de atividades de Plenário, como na Assembleia Legislativa do RN. “Temos servidores, funcionários terceirizados e deputados com deficiência física e intelectual. Mas da parte do pessoal que trabalha na Câmara do Deputados, nenhum atua no Cerimonial nem no Plenário”, explica Adriana Jannuzi.
“Eu sou muito feliz por trabalhar no Cerimonial. A parte que eu mais gosto é receber as pessoas quando chegam aqui. Também gosto de arrumar os convites e de falar com os deputados”, afirma Kalina Santos, que se destaca positivamente no setor e recebe elogios constantes dos companheiros de trabalho.
Para o autor do projeto, deputado Ricardo Motta (PROS), a iniciativa mostra que o projeto está atingindo o objetivo proposto. “Nós sabemos que ser portador da síndrome ainda é, infelizmente, uma barreira a ser vencida para inserção no mercado de trabalho. E a Assembleia Legislativa vem conseguindo mostrar que é plenamente possível. São pessoas responsáveis, dedicadas e capacitadas”, avalia.
A experiência bem sucedida já foi apresentada para assembleias legislativas de outros estados. É fruto de uma parceria com a Associação de Síndrome de Down do RN e Associação de Pais e Pessoas com Deficiência, de funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB).