Selo Unale
Mural Estante apresenta as “Contradições Ambientais do RN”

18/07/2016

Uma condição climática extremamente favorável, com temperatura e baixo nível de poluição do ar, renovação de aguas, permeabilidade de solo. Não é à toa que o Rio Grande do Norte é considerado um dos melhores ambientes para o desenvolvimento da Carcinicultura, por exemplo, atividade econômica que ganhou destaque no cenário potiguar.

Mas a natureza que presenteia o Estado com condições favoráveis não tem recebido a mesma atenção no tocante à sua preservação. Manguezais vêm sendo destruídos; nosso ar e rios cada vez mais poluídos; o interior vem sofrendo um processo gradativo de desertificação; o desmatamento e as queimadas prejudicam a vida da fauna e da flora potiguar; a ocupação desordenada dos solos com impermeabilização irregular vem contaminando o lençol freático; e muito mais.

Essas contradições ambientais são justamente o tema do Mural Estante que a Biblioteca da Escola da Assembleia apresenta neste mês de julho. O projeto tem como foco o incentivo à pesquisa e debates sobre temas bem diversos.

Nesta terceira edição, o Mural traz texto “Manifesto à Terra”, do escritor e biólogo Iveraldo Guimarães, extraído do livro “Veleiros do Infinito - crônicas do planeta azul”, além de mapas temáticos ambientis, geo-localizando as principais  Contradições no Estado, como as Unidades de Conservação e em Processo de Criação;  as APA’S (as Áreas de Proteção Ambiental); o Zoneamento Ambiental da Capital; o desmatamento brutal e o consequente processo de desertificação no RN; o desafio da Carcinicultura com sustentabilidade dos manguezais; e reflexão sobre a poluição do Rio Potengi ilustrado com poemas do Franklin Capistrano; Augusto Lula; Vicente Serejo e foto de Giovanne Sérgio (livro: “as Quatro margens do Rio”).

“Demos um enfoque nos textos e trabalhos relacionados ao Meio Ambiente e Cidadania. Na obra em giz de cera sobre papel a escolha foi: “Pescadores” do Assis Marinho, que é o renomado e iconográfico artista plástico, nascido na Paraíba, que logo cedo migrou pra terras seridoenses. A pintura de Assis dialoga com o sertão, o nordeste e com o sofrimento da seca. Seus personagens com olhos sofridos, melancólicos revelam estilo inconfundível. Foi ele mesmo quem disse às vezes choro quando pinto porque vejo naquilo a minha realidade’. É esse trabalho, reconhecido internacionalmente, e com quadros que ornam até gabinetes na Esplanada dos Ministérios que vamos mostrar no nosso Mural”, reforça Plínio Sanderson, coordenador do projeto e geógrafo, que também assina texto que compõe o Mural deste mês.  

Outro destaque é o poeta/escritor caicoense Nei Leandro de Castro, o poeta potiguar vivo de maior referência nacional atualmente, que está presente no Mural Estante como precursor do Poema Processo e autor do livro Pelejas de Ojuara, que foi para a tela do cinema com filme O Homem que desafiou o Diabo.

Por fim, tem texto de Moacy Cirne; ilustração do cartunista Túlio Ratto; e o livro na “ESTANTE” para pesquisa e empréstimo é “O Dia das Moscas: romance de maus costumes” (Editora Codecri, Rio de janeiro, 1983). Quem gosta de boas reportagens com personagens reais também vai conferir a matéria da semana: “Seridó Negro”, matéria do Yuno Silva publicada na Tribuna do Norte, com o resgate da pesquisadora Ângela Almeida da história incrível do José Ezelino, filho de escrava, nascido em Caicó no século IX, fotógrafo autodidata, músico tocava e saxofone e violino, fundou banda de jazz. Fazia o que se chama hoje de selfie, onde pintava e bordava os cenários.

O Mural Estante está aberto ao público das 8h às 17 horas, todos os dias, na Biblioteca da Escola da Assembleia.

 

 

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