Selo Unale
Paços da Assembleia Legislativa do RN

13/02/2017

1º PAÇO: IGREJA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO (ANTIGA CATEDRAL)
 
O primeiro Paço do Poder Legislativo ter sido justamente na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação é emblemática. Em 1834, através de Ato Adicional, Pedro II cria as Assembleias Legislativas Provinciais. No Rio Grande do Norte, a eleição inaugural se deu em 10 de novembro de 1834. Cerca de cento e vinte nomes na disputa, setenta eleitores elegeram vinte candidatos, dois quais nove eram padres. Por unanimidade, o Padre Francisco Brito Guerra (Campo Grande, 18 de abril de 1777 — Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 1845) foi eleito Presidente.
 
NOS PASSOS DA MEMÓRIA:
 
A construção da Igreja (Antiga Catedral) se confunde com o surgimento da própria Natal, que nasceu cidade, por decreto, sem passar pelo desenvolvimento urbano. O sítio inaugural na Cidade Alta, Praça André de Albuquerque, como manda a tradição ibérica, inicia-se com a edificação do templo e no entorno, monumentos que representavam o poder colonial.
Já em 1601, aparece primeiro vigário, Gaspar Gonçalves da Rocha. Segundo Cascudo a capelinha primitiva era “de barro socado e coberta de palha” e teria “apenas uma entrada, sem sino nem aparato. Em 1614 não possuía ainda portas. Em 1619, estava pronta”
 
Durante invasão batava (1633 até 1654) a capelinha transformada em templo para seguidores de Calvino. Na derrocada, atearam fogo destruindo livros de registros, gerando a dúvida de quem foi de fato fundador da cidade do Reis Magos: Mascarenhas Homem, Jerônimo de Albuquerque ou Rodrigues Colaço?
 
Na segunda administração do capitão-mor Vaz Gondim, passou por uma nova construção. Uma pedra hoje no centro da igreja traz a data de conclusão em 1694, praticamente metade do que é atualmente.
 
Realizadas obras importantes entre 1839 e 1873. Principalmente, a construção da torre em 1862. Por ser ponto culminante da cidade, o governo relocou o telégrafo semafórico, que ficava de frente do quartel para o alto da torre. Tremulando bandeiras de cores várias e suas combinações especificas, o alvissareiro José Irineo de Vasconcelos prenunciava a entrada e saída dos navios – esse serviço perdurou até 1936.
 
A partir do final do século XIX sofreu modificações e acréscimos na sua arquitetura original, adquirindo feições neoclássicas. Em 1995 passou por uma cuidadosa restauração que lhe devolveu as características coloniais. Por ocasião dessa restauração foram encontradas pinturas do século XVII, encobertas por 17 camadas de tinta. Descoberta a cantaria de pedra de cada uma das janelas e portas, com pequeno arco batido, voltando tudo para o original.
 
Ao redor do altar-mor, foram descobertos alicerces de antigas construções, paredes com pedras de arrecifes e óleo de baleia. Encontrado também no lado esquerdo da capela do sacramento a sepultura de André de Albuquerque Maranhão. Interessante lembrar que era costume na idade média que personagens importantes fossem sepultados nos solos sagrados das igrejas.
 
Texto: Plínio Sanderson
Pintura em óleo: Anna Oliveira
Foto: Fábio Cortez
 
- Horário de atendimento ao público: 08h às 15h. 
- Local: Assembleia Legislativa - (segundo piso) Praça Sete de Setembro s/n
 
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FONTES:
 
CASCUDO, Luís da Câmara. História da cidade do Natal. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1980;
LIMA, Diógenes da Cunha. Natal, Uma Nova Biografia. Editora infinita Imagem, 2011;
LIMA, Nestor dos Santos. A Matriz de Natal: Conferência Histórica no dia 25 de dezembro de 1909, Comemorando o 310º aniversário de sua Fundação. Natal, 1909;
SOUZA, Itamar de. Nova História de Natal. Departamento Estadual de imprensa, Natal, 2008.
VICENTE, Severino. Por Amor a Natal – Poesia, História e Arte. Ed. RN Econômico, Natal, 2010;

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