25/08/2020
Os pronunciamentos proferidos na sessão remota da Assembleia Legislativa do RN nesta terça-feira (25) foram marcados pela polarização. Inscritos no horário destinados aos deputados, José Dias (PSDB), Vivaldo Costa (PSD), Sandro Pimentel (PSOL), Cel. Azevedo (PSC), Getúlio Rêgo (DEM) e Francisco do PT se posicionaram sobre a situação financeira do Estado, uso da ivermectina, interferência no processo eleitoral da Ufersa e sobre as ações do Governo Federal e Estadual.
“A economia brasileira caiu quase 8% em dois anos na época do Governo de Robinson e o Governo Federal não mandou nada para cá. Agora talvez caia por conta do coronavírus, mas o atual governo já mandou mais dinheiro do que o Governo do PT”, afirmou o deputado José Dias. O parlamentar ainda comentou o anúncio feito pela Petrobras sobre a venda de ativo, bases e refinaria no RN. Para ele, “isso é consequência do desastre que foi plantado no passado”.
Entrando em um tema fortemente debatido, o deputado Vivaldo Costa defendeu a ciência como guia na tomada de decisões em questões de saúde pública. “Sou um médico velho de roça, mas passei 10 anos ao lado da Dra. Giselda Trigueiro. E eu acredito na Organização Mundial da Saúde e na ciência. Nunca receitei remédio para tender demagogia. Me atento à ciência”, declarou. O deputado traçou um paralelo entre as cidades de Natal e Caicó, cujas políticas de saúde pública diferem quanto ao uso da ivermectiva. “Natal distribui ivermectiva e em Caicó não existe esse programa oficial”, destacou.
De acordo com Vivaldo, enquanto que em Natal, o percentual de mortos em relação ao números de pessoas infectadas pelo novo coronavírus é de 3,55%, em Caicó é de 1,02%. “A pessoa toma ivermectina, vai para a rua, é contaminado, contamina a família e mata os idosos”, finalizou.
O deputado Sandro Pimentel continuou defendendo a ciência e ampliou o debate para a defesa da autonomia das universidades públicas. “Não crer na ciência é acreditar no curandeirismo. Os costumes populares devem ser respeitados, mas a ciência existe para isso”. E prosseguiu comentando a nomeação da terceira colocada na lista tríplice na eleição para reitoria da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Ludimilla Oliveira.“É inaceitável qualquer tipo de intervenção nas universidades públicas. O presidente Jair Bolsonaro não cometeu nenhuma ilegalidade, sabemos que é uma lista tríplice, mas ele desrespeitou a democracia. Nomear a professora Ludimilla, terceira colocada, com apenas 18% dos votos. Tem o nosso repudio”, concluiu.
O Dia do Soldado, comemorado em todo Brasil no dia 25 de agosto, foi lembrado pelo deputado Cel. Azevedo em homenagem que fez aos “que dedicaram e dedicam sua vida à defesa da pátria e segurança pública e defesa social nos estados”. O parlamentar destacou que o presidente do Brasil “é um soldado eleito democraticamente”.
Azevedo fez uma paralelo entre as ações do Governo Federal e do Governo Estadual. “Estamos vivendo um ano e seis meses de preguiça no estado, enquanto o Governo Federal trabalha a todo vapor, incansável. Seja na duplicação da Reta Tabajara, que estava há anos sendo alvo de denúncias, seja o viaduto de Goianinha, que já está em pleno funcionamento ou os milhares de títulos de terra entregues", elencou.
A obra da transposição do Rio São Francisco foi citada pelo deputado Getúlio Rêgo para criticar o Partido dos Trabalhadores. “O PT passou mais de 15 anos no poder. A partir de 2012 anunciou a obra para ser entregue no dia 31 de dezembro, ano eleitoral. Depois para 2014, anos de eleição presidencial. De lá para cá, nem sequer o eixo Leste foi entregue e agora ficam com cobranças”, disse.
Em avaliação, o deputado afirmou que “a trajetória do PT foi marcada por escândalos. Hoje o País paga um preço muito caro”. Getúlio Rêgo destacou ainda as manifestações de apoio ao atual Governo Federal e questionou o envolvimento de lideranças e representantes do Partido dos Trabalhadores em escândalos de corrupção. “Quais os presidentes, secretários, tesoureiros, parlamentares e ministros do PT que não estiveram envolvidos em corrupção? Agora no Governo Bolsonaro, qual a manchete que saiu falando de corrupção? Zero”, finalizou.
Rebatendo as críticas à atual administração estadual e ao partido que é filiado, Francisco do PT disse que a disputa da narrativa faz parte do processo democrático e pediu autocrítica por parte dos demais deputados. “Se a gente analisar, vamos ter um bom debate aqui sobre os partidos que vocês são filiados e que, inclusive, já governaram esse país e esse estado. Com todo respeito, é perigoso generalizar”, disse.
Encerrando o horário destinados aos deputados, Francisco cobrou posicionamento dos deputados. “Vossas Excelências falam da governadora, mas não se posicionam sobre a intervenção no IFRN. São contra ou a favor de intervenção? Não falam do presidente querer encher a boca de um jornalista de porrada. São contra a favor da imprensa livre? Não se posicionam sobre a Petrobras. São contra ou a favor da Petrobras no RN?”, questionou.