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Novos servidores participam de palestras sobre desafios da carreira no serviço público

12/05/2023

Encerrando a primeira semana de atividades do Curso de Formação e Integração dos Novos Servidores Efetivos, que acontecerá de 8 de maio a 2 de junho, a Escola da Assembleia Legislativa promoveu, na manhã desta sexta-feira (12), duas mesas redondas com convidados internos e externos à instituição. O objetivo foi abordar os desafios da carreira no serviço público, promovendo interação e esclarecendo as dúvidas dos novos servidores concursados da Assembleia Legislativa do RN (ALRN).

O advogado e Procurador do Estado, Hélio Varela, iniciou o bate-papo falando a respeito da sua trajetória pessoal e dos desafios da profissão perante a sociedade. “Assim que entrei no funcionalismo público, eu tive a sensação de dever cumprido. Mas isso traz certa acomodação. Então, o grande pulo do gato é ter a percepção de que a aprovação é apenas o início de uma nova jornada. Você entra no serviço público com a função de realmente ‘servir à sociedade’. Muitas vezes, eu vejo amarras criadas pela rotina burocrática, e isso deve ser combatido. Além disso, lembrem que não há uma superioridade do servidor perante o público, e sim, uma relação de igualdade”, ressaltou.

Mais especificamente sobre a sua área, o profissional destacou que é preciso deixar de ver o procurador como aquele defensor do Estado com unhas e dentes e passar a enxergá-lo como difusor de políticas públicas.

“E, com relação à Assembleia Legislativa, pensem que agora vocês estão num órgão de suma importância para a sociedade como um todo, e eu espero que vocês tenham a mentalidade de respeito e igualdade, servindo ao cidadão com muita responsabilidade”, finalizou.

Na sequência, o advogado e assessor da Procuradoria-geral da ALRN, Renato Guerra, frisou que o primeiro desafio vencido pelos novos concursados foram os dias e as noites de estudo.

“Então, sintam-se muito vitoriosos. Eu fui do primeiro concurso da Assembleia Legislativa e me recordo que nós fomos muito bem recebidos por todos. E eu acredito que o lado positivo do concurso é que ele incorpora uma grande diversidade de ideias ao serviço público, já que as pessoas trazem suas experiências anteriores e enriquecem bastante as atividades do órgão ou entidade”, enfatizou.

O advogado falou ainda que os novos concursados precisam ter, desde já, a mentalidade de que estão num órgão de representatividade da população.

“Além disso, é necessário que vocês entendam que os servidores públicos são cada vez mais cobrados para serem comprometidos e eficientes. E eu entendo que, se eu quero um Estado mais ágil e comprometido com a população, eu preciso começar a modificar o meu setor”, disse.

Nesse contexto, o servidor destacou que, em 2017, a Assembleia Legislativa passou por um processo de transformação administrativa. “Agora vocês chegam com tudo pronto e organizado. Isso vai ser muito positivo. E eu percebo que, quando cada um faz a sua parte e dá o melhor de si, a gente vê que o ser abstrato chamado ‘Estado’ atende melhor à finalidade pública”, concluiu.

De acordo com o Procurador-geral da Casa, Sérgio Freire, a Assembleia Legislativa proporciona o que há de melhor dentro do serviço público.

“Nós temos esta escola maravilhosa, com cursos e professores excelentes; um serviço de saúde com variedade e qualidade; além de uma infinidade de oportunidades que aparecerão para vocês. Apesar de tudo isso, eu quero dizer a vocês que não se acomodem”, aconselhou.

O Procurador-geral destacou também o apoio da Casa às novas ideias e ações propostas pelos servidores, valendo-se do exemplo do Manual das Eleições, confeccionado anualmente pelo seu setor.

“Nós sempre recebemos total suporte dos deputados e diretores, mesmo sendo uma iniciativa inédita. Então, vocês têm a oportunidade de fazer acontecer e marcar história, basta querer. Por fim, sejam muito bem-vindos. Saibam que estamos aqui para o que vocês precisarem e que desejamos uma ótima jornada a todos!”, finalizou.

O economista e Auditor Fiscal da Prefeitura do Natal, Paulo César Medeiros, contou um pouco da sua história no setor público, onde está há 44 anos, falou das dificuldades enfrentadas com a burocracia e alertou os presentes acerca dos desafios frente à evolução da Inteligência Artificial.

“O mundo produtivo está começando a se modificar profundamente. Teremos cada vez menos pessoas realizando atividades de conhecimento médio; as pessoas que fazem trabalhos braçais, no futuro, podem ser substituídas por robôs; os advogados que dão pareceres rotineiros já estão ficando obsoletos; e até os médicos já possuem um nível de eficácia menor que as máquinas em certos diagnósticos. Daí a importância de vocês estarem sempre se atualizando e buscando evoluir profissionalmente”, frisou.

O auditor fiscal externou também a relevância de se receber bem os novos servidores que ingressam nos órgãos públicos.

“É preciso ter consciência de que as pessoas são mais que um contracheque. O recrutamento de seleção é um fator importante também. Por isso, eu estimo que a Assembleia adote a questão da avaliação, porque ela é muito importante para a evolução do serviço público e a promoção da eficiência”, acrescentou.

Finalmente, o Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), Victor Alves, abordou as principais características e atividades dos servidores públicos em geral.

“Somos nós que representamos e agimos em nome dos órgãos e entidade que compomos. E o servidor é aquele que serve, que se dedica ao outro. Quando alguém está servindo, está fazendo algo útil e importante. E vocês vão servir ao povo, à sociedade. Então, nós não podemos esquecer que servimos ao público e que escolhemos isso”, ressaltou.

Ainda segundo o auditor, nem tudo no serviço público são prerrogativas e direitos.

“Vocês também terão os seus deveres, como a dedicação às atribuições do cargo; a lealdade à instituição onde vocês trabalham; e a presteza nos seus atendimentos”, detalhou.

Concluindo sua fala, Victor Alves abordou a importância dos planos de carreira e evolução funcional, bem como a substituição da Administração Pública burocratizada para a gerencial, que visa à prestação dos serviços públicos de maneira mais eficiente e econômica.

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