05/10/2009
A Assembleia Legislativa realizou, na manhã desta segunda-feira, um grande debate sobre o projeto de demolição do estádio Machadão e a construção da Arena das Dunas para sediar a Copa do Mundo de 2014. A audiência pública, realizada no plenário da Casa, foi uma iniciativa do deputado José Adécio, que é contrário ao projeto do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal, que prevê ainda a demolição de todo o Centro Administrativo. "Sou 100% a favor da Copa do Mundo em Natal, mas sou 100% contra a demolição do Machadão", declarou José Adécio. O deputado defende uma reforma no estádio, para que este tenha condições de sediar os jogos da copa. "A reforma é a melhor opção para que o patrimônio público não seja demolido", afirmou José Adécio, que explicou que ao contrário da demolição, a reforma do estádio não trará prejuízos técnicos, históricos e ambientais. Uma das principais preocupações do deputado é com os entulhos que resultarão das demolições do complexo do Machadão e do Centro Administrativo. "Somente com a demolição do Machadão, serão mais de 16 mil metros cúbicos de concreto", afirmou. O secretário municipal de Meio Ambiente, Kalazans Bezerra, explicou que os resíduos das demolições serão usados para reforço de base para a pavimentação de ruas. O deputado questionou: "Mas só para tirar o entulho do Machadão, precisaria de 50 caçambões trabalhando por 64 dias, imaginem quando tiver que tirar o concreto de todo o complexo". Para o arquiteto Moacir Gomes, autor do projeto original do Machadão, a melhor solução seria a construção do estádio para copa na região metropolitana de Natal: "Esse projeto da Arena das Dunas é inviável. Existem vários terrenos na Grande Natal que poderiam ser usados para a construção do estádio", disse. O empresário Jussier Santos acredita que alguns jogos de uma Copa do Mundo não justificam todo o investimento que terá que ser feito com dinheiro público. Apesar de toda a discussão, a demolição do estádio já está prevista. "No segundo semestre de 2010, as obras devem começar", afirmou o secretário de Turismo, Fernando Fernandes, que explicou que o legado que a Copa do Mundo deixará na infra-estrutura da cidade compensa todos os investimentos. O deputado José Adécio, no entanto, acredita na mudança do projeto: "Acredito que o governo vai encontrar outra solução, que não a demolição de toda aquela área".