16/05/2014
Foi aberta na manhã desta sexta-feira (16), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, a exposição de fotografias e documentos relacionados à passagem Latécoère-Aeropostale por Natal. A mostra Memória da Aéropostale no Brasil tem apoio do deputado Hermano Morais (PMDB), Governo do Estado, Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Fundação José Augusto (FJA), Aeroclube do Rio Grande do Norte, Fundação Rampa e Prefeitura de Natal. A mostra permite descobrir ou revisitar a história de um dos mais belos capítulos da aviação mundial: da companhia francesa de correio aéreo, conhecida como Latécoère e Aéropostale.
Doze aviadores franceses da Fundação Raide Latécoère – entidade internacional que desenvolve um trabalho de preservação e divulgação da história da companhia francesa de correio aéreo – estiveram presentes no evento que contou ainda com a participação da presidente da Associação Memória da Aéropostale do Brasil (Amab), Mônica Cristina Corrêa. “Estamos aqui para reavivar na memória potiguar a importância da cidade na história da aviação mundial. É preciso criar uma consciência potiguar desse valor”, disse Corrêa.
A importância da ação também é destacada pelo deputado estadual Hermano Morais, classificada por ele como um marco no início da globalização. “O RN está no centro do início da aviação civil na América do Sul. Natal teve posição de destaque com pilotos memoráveis como Jean Mermóz que precisam ser valorizados”, destacou. O presidente da ALRN, deputado Ricardo Motta (PROS), falou da alegria de receber a delegação francesa e representantes da cultura potiguar em torno do tema. “O RN foi feito para a aviação graças aos ventos que recebe e a sua posição geográfica”, citou.
A comitiva que está em Natal fez o ‘raide’ (travessia) de aviões e inclui o arquiteto francês Rémi Desalbres. Ele integra a ação para elaborar um dossiê (já em andamento) com o objetivo de tombar a Aéropostale como patrimônio universal pela Unesco. A cônsul francesa em Natal, Sylvie Gradel, explicou que em cada cidade que o Raide Latécoère passar, será realizado um inventário dos vestígios da antiga Aéropostale. “Natal é um ponto relevante nesse contexto, já que possui um material razoavelmente bem conservado na atual Base Aérea da cidade”, disse.
Mais
A relação da capital potiguar com a aviação francesa teve início em 1927, quando a recém-criada Aérpostale (antes chamada Latécoère) iniciou a instalação de um campo de pouso em Parnamirim – onde atualmente está a Base Aérea de Natal (Bant). A empresa operou até o início da Segunda Guerra Mundial – já denominada de Air France -, que também tinha instalações às margens do Rio Potengi.
Criada por Pierre-Georges Latécoère em 1918, na cidade de Toulouse, na França, a empresa de correio aéreo desafiava todas as condições da época e fazia com que pilotos heroicos atravessassem as montanhas da França, o deserto do Saara e posteriormente as florestas e intempéries da América do Sul para entregar o correio. Sem contar a travessia do Oceano Atlântico, em 1930, que aconteceu justamente em Natal, quando o piloto Jean Mermoz, após quase 20 horas sobre o Atlântico, desceu sobre o rio Potengi em de 13 de maio. Somente no Brasil, a companhia possuiu 11 escalas, de norte a sul: Natal, Recife, Maceió, Caravelas, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis, Porto Alegre e Pelotas, além da base de hidraviões em Fernando de Noronha.
Entre as escalas, Natal destacava-se por ser o ponto de chegada ao continente sul-americano e possuir base de hidraviões. Seu pioneirismo não era falho: a cidade foi sempre palco privilegiado da história da aviação. Além disso, permeiam a história da cidade os relatos dos nativos, endossados pelos documentos de franceses, da passagem de Mermoz, Vachet e também de um dos mais famosos pilotos da Companhia Aéropostale: Antoine de Saint-Exupéry, também escritor e autor do bestseller mundial, O Pequeno Príncipe (1943).
Álbum de fotos