Com a presença de políticos e especialistas de todo o país, a Assembléia Legislativa e a União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale) abriram, na manhã desta quinta-feira (5), o Encontro Regional sobre a Transposição do Rio São Francisco e a distribuição de energia na região Nordeste. O evento, que está sendo realizado na sede do legislativo estadual, se encerra nesta sexta-feira (6). Orçado em R$ 6 bilhões, o projeto levará a água do rio São Francisco para regiões do Rio Grande do Norte, do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco. A expectativa do governo federal é de beneficiar 12 milhões de pessoas em toda a região Nordeste. Além de deputados estaduais de todo o país, estiveram presentes na abertura a governadora Wilma de Faria, o vice-governador Iberê Ferreira, o governador em exercício do Tocantins, Paulo Sidnei, o deputado federal Ciro Gomes e representantes da Prefeitura de Natal, do Ministério Público, da Marinha e do Poder Judiciário. Antes da abertura do encontro, o presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, deputado Domingos Filho, que também é diretor do conselho consultivo da Unale, recebeu uma comenda em homenagem aos serviços prestados à entidade. O presidente da AL, deputado Robinson Faria, abriu o encontro ressaltando a importância da transposição do rio. 'Esta é uma das melhores soluções já encontradas para o problema da seca no Nordeste. O projeto foi feito por pessoas extremamente capazes e este será o centro de nossa pauta durante o encontro'. Robinson Faria discursou sobre os benefícios que a transposição do rio pode trazer para o Rio Grande do Norte. 'Com a transposição, haverá o aumento da oferta hídrica nos açudes de Santa Cruz e na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, hoje responsável pelo abastecimento da maior parte dos municípios da região do Apodi, Assu, Caicó, Ceará-Mirim e do Litoral Norte. 'Também contaremos com a perenização de toda a extensão do rio Apodi e Piranhas-Açu, o que significa segurança no abastecimento de água de 95 municípios, que representam 1,2 milhões de pessoas beneficiadas. Além do consumo humano de água, serão beneficiadas as atividades de fruticultura irrigada, a carcinicultura e a produção de gêneros alimentícios como milho, feijão e hortaliças', disse Robinson. O presidente da Unale, deputado César Halum (TO), disse que grande parte dos brasileiros não conhece a realidade do povo do sertão nordestino, que não tem água para beber, e durante décadas, teve a água negligenciada pelo poder público. 'Este é um tema importantíssimo, pois o maior desafio do século XXI é o gerenciamento racional das águas e a produção de alimentos', afirmou Halum. Já para a governadora Wilma de Faria, o foco do debate deve ser a união do povo nordestino em prol de um bem comum. 'Esta obra é de vital importância para a região. Milhões de pessoas serão beneficiadas. Mas falta união aos estados que formam o Nordeste. Nós temos que nos unir, e não podemos ficar brigando entre si'.