22/06/2017
O deputado estadual Vivaldo Costa (PROS) repercutiu, na sessão desta quinta-feira (22), o debate sobre suicídio levantado na audiência pública promovida por ele na terça-feira (20), na Assembleia Legislativa. Vivaldo aproveitou para agradecer a presença de profissionais da saúde, como o psiquiatra Salomão Gurgel, que em sua participação ressaltou que o fechamento do hospital psiquiátrico de Caicó, já há alguns anos, faz muita falta na região.
É que, segundo Vivaldo Costa, um levantamento feito pelo Bispo Dom Antônio, de Caicó, constatou que a região do Seridó do Rio Grande do Norte, com destaque para a cidade de Caicó, tem o maior índice de suicídios de todo o país. “A cultura antiga não permitia que ninguém falasse sobre suicídio, mas hoje a gente tem que falar sobre o assunto”, afirmou Vivaldo, adiantando que fará outra audiência para debater o tema no próximo mês de setembro, período da campanha “Setembro Amarelo”, que trata de depressão e suicídio.
A audiência realizada por Vivaldo revelou as dificuldades encontradas por pacientes psiquiátricos e discutiu formas de auxílio, tanto por parte dos profissionais da saúde quanto dos gestores públicos, no combate à depressão e ao suicídio, no Rio Grande do Norte.
O médico psiquiatra Salomão Gurgel explicou durante o debate que a dor psíquica é muito maior que a física. “Quantos doentes mentais, na tentativa de fugir da dor psíquica, cortam membros, orelha, etc? E, segundo relatos de pessoas que já tentaram suicídio, no momento de um tiro ou de um enforcamento, elas nem sentem a dor física”. Ainda de acordo com Salomão, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a taxa global de suicídio é de 16 casos a cada 100.000 habitantes. Além disso, segundo a OMS, até o ano de 2020, o número estimado de mortos por suicídio no planeta será de mais de 1,5 milhão de pessoas.
Presente à audiência, o médico Leonardo Barbosa, especialista em psiquiatria, esclareceu que em Natal a fila para consulta com um psiquiatra, pelo SUS, é de mais de quatro meses de espera. “Quando a pessoa consegue ser atendida, tem que comprar os medicamentos com o próprio dinheiro e os retornos são muito longos, impossibilitando o profissional de acompanhar adequadamente sua evolução", declarou o médico especialista.
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